Mega Eventos Esportivos

A escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, bem como os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 surpreendeu a muita gente que, assim como eu, se acostumou a acompanhar os mega eventos esportivos somente pela televisão, pois, em razão dos problemas sócio-econômicos do país, era o mais perto que podíamos chegar de um acontecimento tão magnífico. Entretanto, ao custo de muito esforço e sofrimento coletivo, nas últimas décadas o Brasil conseguiu escapar de um buraco sem fim de dívidas e inflações, e embora não conseguisse sanar suas desigualdades sociais, obteve uma certa estabilidade econômica, o que fez com que os “olhos do mundo” se voltassem para o país, tornando-o um destino atraente para turistas, investidores, companhias de espetáculos, simpósios, shows e eventos esportivos. Foram essas mudanças positivas que ocorreram no país que possibilitaram a realização dos Jogos Para e Pan-Americanos em 2007. É extremamente importante compreendermos que a escolha de uma cidade como sede de um evento de importância mundial deve-se principalmente a critérios econômicos. Sim, o “espírito olímpico” que consagrou a máxima de que o “importante é competir” de fato existe, mas fica apenas restrito aos atletas, na pista, nas quadras, campos e piscinas. Os investidores do esporte mundial se preocupam com as questões financeiras provenientes das competições, pois, o esporte de alto nível se tornou extremamente caro, sendo imprescindível a participação da iniciativa privada para a realização de grandes eventos. Só é importante lembrar que também deve constar num projeto de candidatura, o compromisso em proporcionar melhorias para a cidade sede, pois, sempre são destinados recursos públicos para a realização destes eventos. Essa medida é imprescindível para garantir o apoio da população. O problema é a possibilidade de superfaturamento das obras, pois, o orçamento inicial para o Pan do Rio de 2007 era muito menor do que os R$ 3,8 bilhões contabilizados ao final do evento. Já para os Jogos Olímpicos de 2016,  os números iniciais chegam a R$ 29 bilhões, porém, já se cogita aumentar essa quantia. Fato esse que já está acontecendo com as obras para a Copa de 2014.  Em razão disso, as autoridades já se mobilizaram para fiscalizar os gastos e garantir que o compromisso assumido pelos comites organizadores seja mantido, para que hajam de fato melhorias para as cidades sedes e para o Brasil como um todo. O grande legado dos mega eventos esportivos, não serão os modernos estádios e complexos esportivos que deverão ser construídos, mas a formação das próximas gerações de brasileiros, que sem dúvida alguma, estarão mais capacitadas para dar continuidade ao desenvolvimento do país.