Santos 0 x 4 Barcelona. Mudança de filosofia no Futebol Brasileiro?



O futebol brasileiro impressiona, encanta, apaixona, enrique, empobrece, alegra, entristece, aproxima e até mesmo desagrega aqueles que fazem parte do universo deste esporte imprevisível, num país em constante desenvolvimento. Entretanto, até o apito final da partida em Yokohama no último domingo dia 18 de Dezembro de 2011, entre Santos e Barcelona, nossa "filosofia futebolística” não tinha a capacidade de nos amadurecer como praticantes e amantes deste esporte nascido na Europa e por aqui reinventado. Por que até então, éramos o País do Futebol e, dessa forma, não tínhamos nada mais o que aprender com nossos professores. Sim, pois, o FC Barcelona é um time espanhol, portanto europeu, situado numa das regiões de maior tendência separatista no país, a Catalunha. Que por sua vez, aproveitou a oportunidade de reaprender a entender o futebol, após a passagem á partir da década de 70 dos inúmeros holandeses que vestiram a camisa do “Barça”, com destaque para o Técnico Rinus Mitchels e também para o polivalente jogador Johan Cruyff. Curiosamente, Mitchels que foi o grande idealizador do famoso carrossel holandês, certa vez afirmou que teve como inspiração para sua filosofia de jogo, a seleção brasileira comandada por Zagalo e campeã na Copa do Mundo do México em 1970, composta por jogadores hábeis e inteligentes, e que utilizavam a versatilidade em prol da equipe.
A decepção com o fraco desempenho da equipe brasileira ao longo da partida foi tão grande que, mesmo entre os torcedores dos outros clubes brasileiros, rivais do Santos Futebol Clube desde sua fundação, não houve o que comemorar! Parece haver um consenso de que foi uma derrota do nosso futebol e não apenas de uma única equipe. Algo como uma ferida em nosso ego!
Há alguns meses tenho observado alguns acontecimentos relevantes no âmbito do futebol brasileiro. Como algo positivo, posso citar o retorno do Vasco da Gama às grandes conquistas dentro e fora de campo, fruto de uma moderna visão administrativa; a manutenção do técnico Tite na equipe do Corinthians, após um primeiro semestre muito abaixo do esperado, o que resultou na continuidade de uma linha de trabalho que se sagrou vitoriosa; a utilização das ferramentas de marketing pelos clubes brasileiros para manter seus grandes atletas, o que proporciona a melhora do espetáculo. Como negativo é importante citar a velha prática dos nossos dirigentes de ignorarem seus próprios estatutos e buscarem a perpetuação de modelos ultrapassados de gestão. Algo que, em última análise, só “joga” contra os próprios clubes e contra o futebol brasileiro.
Dessa forma, acredito que apesar da derrota vexatória de nosso Clube mais vitorioso, fechamos o ano de 2011 com méritos, pois, nas palavras de nosso atual melhor jogador, Neymar Jr., estamos sempre aprendendo!

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