De onde virão nossos futuros “craques de futebol”?
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Recentemente participei
de um debate sobre as necessidades na formação dos futuros jogadores
profissionais de futebol em nosso país. Nesse evento, muito se falou em
filosofia ofensiva e criatividade, adoção de pedagogias similares a de clubes
europeus, como Barcelona e Ajax, profissionalismo nos moldes norte americanos,
etc... No entanto, acabaram se esquecendo de mencionar, de onde viriam os
futuros candidatos a “craque”. É curioso, mas tem muita gente inteligente que
nunca parou para pensar que a estrutura arcaica que sustenta a nossa “máquina
de produzir craques de futebol” pode estar prestes a ruir! Senão vejamos: o
futebol chegou ao nosso país através dos estudantes brasileiros egressos
de instituições de ensino britânicas. Como estes eram oriundos das classes mais
abastadas, o esporte a princípio era praticado pela elite brasileira.
Entretanto, em razão de sua dinâmica simples e objetiva e de seu aspecto
lúdico, o futebol foi se democratizando e sendo adotado também pelos cidadãos
de baixa renda. Desde então, essa camada de nossa população se tornou o
principal alicerce do futebol tantas vezes campeão mundo afora, pois, “o pobre”
passou a enxergar no futebol um dos poucos motivos de orgulho e uma das poucas
oportunidades de ascensão social. Vieram as gerações de jogadores, técnicos,
olheiros e dirigentes. Em sua maioria, abnegados amantes do esporte. Em sua
maioria pouco ou nada obtiveram do futebol! O tempo
passou, e com ele vieram muitas reformas políticas, culturais e econômicas, e o
Brasil indiscutivelmente avançou rumo ao desenvolvimento. E o futebol, apesar
da atitude reacionária de seus principais representantes, não pode escapar ás
mudanças impostas pelo capitalismo.
Hoje,
os profissionais do futebol são trabalhadores qualificados e alguns até bem remunerados.
O problema é que qualificar um prestador de serviço custa tempo e dinheiro. No
caso do futebol, muito dinheiro! A formação de dirigentes e dos membros das
comissões técnicas tem ficado a cargo das instituições de ensino superior do
país, custeada pelos próprios profissionais. Já a formação dos jogadores
representa um dilema, pois, os detentores do poder no futebol brasileiro
(federações, clubes, empresários, parte importante da "mídia") estão
tão viciados em explorar a outrora aparentemente inesgotável fonte de "pés
de obra", que não querem bancar esse custo! Escolinhas de futebol (pagas)
não têm tanto interesse em direcionar sua pedagogia para formação de
profissionais e encaminhá-los para clubes, pois, não querem perder sua principal
“fonte de renda". Entidades assistenciais e escolas formais, não costumam
trabalhar com a formação de atletas. Os “voluntários abnegados”, verdadeiros
parceiros das famílias nas comunidades carentes, já não possuem o conhecimento
necessário para implantar uma filosofia de trabalho moderna e atualizada que a
dinâmica de jogo atual exige. Assim, deixo aqui uma simples questão: aonde os
clubes e os empresários (que não ensinam a jogar) irão buscar seus futuros
candidatos a "craque"? Professores formados não podem e nem devem
trabalhar somente por filantropia, pois, investem tempo e dinheiro em suas
formações. Escolinhas franqueadas não possuem esse perfil! Entidades
assistenciais e escolas formais também não! E no futuro?????
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